Restaurante: Como Fazer um Bom Processo de Hunting para Selecionar a Equipe de A&B Ideal

Especialista em recrutamento analisando currículos para selecionar a equipe de Alimentos e Bebidas ideal

Índice:


Introdução

A formação de uma equipe de alimentos e bebidas (A&B) ideal para um restaurante é um dos principais desafios enfrentados por gestores de restaurantes de luxo. A excelência no serviço é o que diferencia um estabelecimento de alto padrão, e a seleção dos colaboradores certos desempenha um papel crucial nesse processo.

O “hunting”, ou a prática de busca ativa por talentos, é uma estratégia eficaz para garantir que seu restaurante conte com profissionais alinhados com os valores da marca e com as expectativas de um público exigente.

Em um cenário onde o mercado de luxo se expande e o nível de competição aumenta, torna-se indispensável estruturar um processo de seleção altamente refinado. Jim Collins, em Good to Great, defende que “as grandes empresas começam com as pessoas certas nos lugares certos” (COLLINS, 2001).

Este artigo detalha as etapas de um bom processo de hunting, desde a definição de perfil até a contratação, para garantir que seu restaurante tenha a melhor equipe de A&B.


1. Definindo o Perfil do Candidato Ideal

1.1 Competências Técnicas e Comportamentais

O primeiro passo para um processo de hunting bem-sucedido é ter clareza sobre o perfil do candidato ideal. Isso envolve identificar tanto as competências técnicas necessárias quanto as qualidades comportamentais. No setor de A&B, habilidades como conhecimento culinário, técnica de coquetelaria ou expertise em vinhos são fundamentais. No entanto, atributos comportamentais, como a capacidade de trabalhar sob pressão, a resiliência emocional e o foco na experiência do cliente, são igualmente importantes.

De acordo com Daniel Goleman, “a inteligência emocional é um fator decisivo no sucesso profissional, especialmente em áreas onde o trabalho em equipe e o atendimento ao cliente são essenciais” (GOLEMAN, 1995). Portanto, o hunting deve focar em candidatos que equilibrem habilidades técnicas com inteligência emocional, um aspecto fundamental em ambientes de luxo.

1.2 Alinhamento Cultural

Além das competências, é crucial que o candidato compartilhe dos valores e da visão do restaurante. A compatibilidade cultural tem um impacto direto na capacidade do novo colaborador de se integrar à equipe e contribuir para a harmonia do ambiente de trabalho. Restaurantes de luxo são conhecidos por seus altos padrões, e é importante que cada colaborador esteja comprometido em manter essa excelência.

Edgar Schein, especialista em cultura organizacional, destaca que “uma equipe bem-sucedida é aquela em que os indivíduos se sentem parte de algo maior” (SCHEIN, 2010). O hunting, nesse contexto, não deve ser limitado a verificar competências técnicas, mas deve também considerar se o candidato possui uma mentalidade alinhada com a cultura e os objetivos do restaurante.

2. A Busca Ativa por Talentos: Estratégias de Hunting

2.1 Utilização de Redes Profissionais e Plataformas Específicas

A busca por talentos na área de A&B pode ser feita de maneira mais estratégica ao utilizar redes profissionais e plataformas específicas. LinkedIn, por exemplo, é uma ferramenta essencial para o hunting, permitindo que os gestores se conectem diretamente com candidatos em potencial que se destacam em suas áreas.

Além disso, plataformas especializadas em hospitalidade, como o HCareers, oferecem uma base de candidatos já familiarizados com o setor.

Segundo o Harvard Business Review, “a utilização de redes profissionais digitais aumentou a eficácia dos processos seletivos ao permitir a identificação precisa de talentos” (HARVARD BUSINESS REVIEW, 2019).

Essas ferramentas tornam o hunting mais assertivo, ao focar em profissionais altamente qualificados e já ativos no mercado.

2.2 Networking e Recomendações

Outra estratégia valiosa é utilizar o networking dentro do próprio setor de A&B. Muitos dos melhores talentos não estão ativamente procurando por novas oportunidades, mas podem ser recomendados por colegas e parceiros do setor.

Manter uma rede de contatos sólida pode gerar indicações valiosas, facilitando o acesso a profissionais já testados e com boa reputação.

Para Jim Collins, “os melhores líderes estão constantemente em busca de talentos, mesmo antes de ter uma vaga disponível” (COLLINS, 2001).

No contexto do hunting, isso significa que os gestores devem estar sempre atentos a oportunidades de expandir sua rede e descobrir novos talentos que possam agregar ao restaurante.

3. Triagem de Candidatos e Avaliação Inicial

3.1 Triagem Baseada em Competências

Uma vez identificados os candidatos por meio de hunting, é hora de realizar a triagem inicial. Para isso, é essencial ter critérios claros, baseados nas competências e no perfil definidos anteriormente.

O objetivo é eliminar rapidamente candidatos que não possuem as qualificações mínimas, para que o processo possa ser eficiente e focado.

Como Patrick Lencioni aponta em Os 5 Desafios das Equipes, “a clareza nos critérios de seleção é essencial para evitar problemas futuros de integração e performance” (LENCIONI, 2002). Aplicar esses princípios ao processo de hunting garante que os candidatos que avançam para a próxima fase sejam os mais bem preparados para contribuir com o sucesso do restaurante.

3.2 Entrevistas Baseadas em Comportamento

Após a triagem inicial, as entrevistas devem focar tanto nas competências técnicas quanto no comportamento do candidato em situações de alta pressão. Perguntas como “como você lidaria com uma reclamação de cliente insatisfeito?” ou “descreva uma situação em que precisou resolver um problema urgente no trabalho” ajudam a revelar o caráter e a capacidade de resolução do candidato.

Estudos mostram que “a entrevista comportamental é um dos métodos mais eficazes para prever o desempenho futuro” (CORNELL HOSPITALITY QUARTERLY, 2018).

Para restaurantes de luxo, onde a experiência do cliente é primordial, entender como o candidato reage em cenários desafiadores é crucial para garantir um serviço de alta qualidade.

4. Testes Práticos e Feedback Imediato

4.1 Testando Habilidades em Cenários Reais

Para a equipe de A&B, a realização de testes práticos é uma etapa fundamental do processo de hunting. Avaliar os candidatos em cenários reais de atendimento e operação permite que os gestores observem como eles aplicam suas habilidades e como lidam com a pressão de um restaurante de luxo. Para um bartender, por exemplo, o teste pode envolver a preparação de drinks sob demanda, enquanto para um chef, o desafio pode ser criar um menu em tempo limitado.

Essa abordagem prática ajuda a assegurar que o candidato pode não apenas cumprir suas funções, mas também exceder as expectativas. Segundo a Revista de Hospitalidade de Cornell, “os testes práticos são a melhor forma de garantir a qualidade técnica e operacional de novos funcionários” (CORNELL HOSPITALITY QUARTERLY, 2019).

4.2 Oferecendo Feedback e Avaliação Conjunta

Após o teste prático, oferecer feedback imediato ao candidato e discutir sua performance é uma oportunidade para avaliar sua capacidade de absorver críticas e sua disposição para crescer.

Essa etapa revela o nível de flexibilidade e abertura para o aprendizado, características indispensáveis para quem trabalha em restaurantes de luxo.

5. A Importância da Experiência do Candidato

5.1 Criando uma Boa Impressão Desde o Início

O processo de hunting não é apenas uma oportunidade para avaliar candidatos; ele também é um momento em que o restaurante se posiciona como uma marca desejável para talentos de alto nível. Isso significa que a experiência do candidato durante o processo seletivo deve ser positiva.

Desde a comunicação inicial até o feedback final, garantir um tratamento respeitoso e profissional pode fazer a diferença entre atrair os melhores talentos ou perdê-los para a concorrência.

Simon Sinek afirma que “as grandes organizações são aquelas que inspiram as pessoas a querer fazer parte de algo maior” (SINEK, 2016). Ao garantir uma boa experiência ao candidato, o restaurante aumenta as chances de atrair profissionais que se sintam motivados e engajados desde o início.

5.2 Proporcionando Transparência no Processo

Outro fator crucial é a transparência. Os candidatos devem saber exatamente como o processo funcionará, quais serão as etapas e o que se espera deles.

Essa clareza não apenas reduz a ansiedade do candidato, mas também estabelece uma relação de confiança desde o início, elemento vital para criar uma equipe leal e comprometida.

Conclusão: O Sucesso de um Bom Processo de Hunting para A&B

O sucesso de um restaurante de luxo depende, em grande parte, de sua equipe de alimentos e bebidas. Conduzir um processo de hunting eficaz, que envolva desde a definição do perfil do candidato ideal até a realização de testes práticos e entrevistas comportamentais, é a chave para garantir que o restaurante tenha os melhores talentos disponíveis.

Como Peter Drucker sugere, “a contratação errada pode custar caro, mas uma contratação certa pode transformar um negócio” (DRUCKER, 1999).

Ao seguir um processo estruturado e focado em valores, competências e alinhamento cultural, os gestores de restaurantes de luxo podem garantir uma equipe coesa, preparada para oferecer uma experiência gastronômica de excelência e satisfazer as expectativas de um público exigente.


Leitura Recomendadas

  1. Emotional Intelligence de Daniel Goleman
  2. Leaders Eat Last de Simon Sinek
  3. The 7 Habits of Highly Effective People de Stephen Covey
  4. The Five Dysfunctions of a Team de Patrick Lencioni
  5. Dare to Lead de Brené Brown

Vídeos Recomendados

  1. Patrick Lencioni : The Four Traits of Healthy Teams
  2. Emotional Intelligence: Daniel Goleman
  3. 4 Steps To Practice Empathy From Dr Brene Brown
  4. THE EFFECTIVE EXECUTIVE by Peter Drucker

Referências

SCHEIN, Edgar H. Organizational Culture and Leadership. Jossey-Bass, 2010.

COLLINS, Jim. Good to Great: Why Some Companies Make the Leap… and Others Don’t. HarperBusiness, 2001.

DRUCKER, Peter F. The Effective Executive. Harper Business, 1999.

GOLEMAN, Daniel. Emotional Intelligence: Why It Can Matter More Than IQ. Bantam Books, 1995.

HARVARD BUSINESS REVIEW. Utilizing Professional Networks for Talent Acquisition. HBR, 2019.

LENCIONI, Patrick. The Five Dysfunctions of a Team. Jossey-Bass, 2002.

SINEK, Simon. Leaders Eat Last. Penguin, 2016.


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